Quando a arte é um puro exercício de cidadania
Numa altura em que o Hip-Hop é mais música do que movimento (activismo), e as músicas mais sonantes são simplesmente o culto do “eu que posso, faço, mando, tenho, e apenas eu”, o grupo Colectivo à Resistência posiciona-se como mais uma alternativa para quem precisa mais do que paleio de um artista “perfeito” que nada mais fala senão das “suas qualidades” e do que é (in) capaz de fazer.Assim, o grupo traz-nos o projecto “Arte & Cidadania”, composto por 14 faixas, incluindo interlúdios e um bónus, sendo que o disco começa com a uma convocatória geral ao exercício dos nossos direitos e deveres de cidadãos, que vão desde o acto de não deitar papel no chão a manifestações públicas.
Composto por quatro jovens, que dão azo à sua veia artística, despreocupados com padrões, casam a arte com a cidadania num rap comum, mas que se distingue com as batidas de Boni, Flagelo Urbano, C.O, Kallisto, Nobre e Levell Khroniko, e as composições inusitadas do grupo. Às vezes contundentes, às vezes amáveis e claramente apelativos, Mr. Leos, Soldado Mensi, Sismo, e Taciturno revelam-se como verdadeiros poetas, mas também cidadãos politizados, o que se nota na música “À Resistência”, que conta com a participação de Mona Dya Kidi, um dos jovens presos na abortada manifestação do dia 7 de Março de 2011, e o músico Simini Ni Moyo.
O projecto foi gravado nos estúdios da Diferencial, Estilo Klassiko e Músic’Art e conta ainda com participações vocais de Mono Stereo, Pablo o Samaritano, Don Wilson, C.O, Kuzela, Gari Sinedima e Ndaka, MCK (intro), RNK e os já citados Mona Dya Kidi e Simini Ni Moyo.
A sessão de vendas e autógrafos do Projecto está marcada para o dia 22 de Dezembro na Rádio Ecclésia, a partir das 8 horas, um ano depois de o grupo ter disponibilizado as músicas promocionais via internet.
Contamos consigo!
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